Etarismo: o que é, causas, como combater e denunciar esse crime

O etarismo é um termo que descreve a discriminação e o preconceito baseados na idade, tanto para pessoas jovens quanto para pessoas idosas. Neste artigo, vamos falar sobre o que é o etarismo, como ele se manifesta, suas consequências e impactos específicos na população adulta. Além disso, abordaremos exemplos de etarismo no Brasil e no mundo, esclareceremos a relação entre etarismo e velhofobia, e discutiremos se o etarismo é considerado crime. 

O que é etarismo?

O etarismo é uma forma de preconceito que se baseia na idade das pessoas. Assim como o racismo e o sexismo, o etarismo promove estereótipos e discriminação com base em categorias etárias. Pode ocorrer tanto em relação aos mais jovens, denominado adultocentrismo, quanto em relação aos mais velhos, denominado gerontofobia.

Como o etarismo se manifesta?

O etarismo se manifesta de diversas maneiras na sociedade. Pode ocorrer no ambiente de trabalho, onde pessoas mais jovens podem ser consideradas inexperientes e menos capacitadas, enquanto para quem está envelhecendo podem ser vistos como ultrapassados ou incapazes de aprender novas habilidades tecnológicas. Também pode ocorrer na mídia e na publicidade, que frequentemente retratam a juventude como ideal, marginalizando os mais velhos. Além disso, o etarismo pode se manifestar nas relações sociais, onde os estereótipos de idade influenciam a forma como as pessoas são tratadas e valorizadas.

O que o etarismo pode causar?

O etarismo pode causar uma série de consequências negativas para a pessoa e para a sociedade como um todo. Pessoas que sofrem com o etarismo podem experimentar exclusão social, falta de oportunidades de emprego, isolamento e redução da qualidade de vida. Além disso, o etarismo contribui para a perpetuação de estereótipos negativos sobre o envelhecimento, o que pode levar a atitudes e comportamentos discriminatórios.

Como o etarismo afeta pessoas idosas?

Quanto mais progredimos em idade mais vulneráveis ficamos ao etarismo. Eles podem ser alvo de estereótipos negativos, sendo considerados como incapazes, improdutivos ou um fardo para a sociedade. Isso pode levar à marginalização e à exclusão social, impactando negativamente na autoestima e bem-estar emocional. Além disso, o etarismo também pode limitar o acesso a serviços de saúde adequados e oportunidades de participação ativa na sociedade.

Etarismo contra idosos no Brasil e no mundo

O etarismo é uma questão global, que atinge todos os países. Culturalmente a sociedade brasileira muitas vezes valoriza excessivamente a juventude, relegando pessoas maduras a um papel secundário. A falta de políticas públicas voltadas para a terceira idade e a ausência de conscientização sobre os direitos e necessidades, principalmente da pessoas idosa (que por lei no Brasil tem mais de 60 anos) contribuem para a perpetuação do etarismo. Da mesma forma, o etarismo é uma realidade em diversos países ao redor do mundo, onde as pessoas enfrentam desafios semelhantes de estigmatização e discriminação com base na idade.

Etarismo e velhofobia são a mesma coisa?

Embora etarismo e velhofobia compartilhem algumas semelhanças, eles não são exatamente a mesma coisa. O etarismo se refere à discriminação e ao preconceito com base na idade em geral, abrangendo tanto os mais jovens quanto os mais velhos. Por outro lado, a velhofobia se concentra especificamente no medo, aversão ou desprezo em relação à pessoa idosa. Enquanto o etarismo é um termo mais abrangente, a velhofobia é uma forma específica de discriminação relacionada a pessoas com mais idade.

Etarismo é crime?

O etarismo não é considerado crime na maioria dos sistemas legais, ao contrário de outras formas de discriminação, como racismo ou sexismo. No entanto, isso não diminui a gravidade do problema. O etarismo é uma violação dos princípios de igualdade e respeito pelos direitos humanos. Muitos países têm legislação antidiscriminação que abrange categorias protegidas, como raça, gênero e religião, mas ainda não há leis específicas que combatam diretamente o etarismo.

No Brasil, o etarismo é considerado uma forma de discriminação etária, que é proibida pela Constituição Federal e pela Lei nº 10.741/2003, conhecida como Estatuto do Idoso ou Lei da Pessoa Idosa. De acordo com o artigo 3º do Estatuto, é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar todos os direitos fundamentais, com respeito à sua dignidade, saúde, lazer, trabalho, cultura, educação, entre outros.

Além disso, é prevista punição para aqueles que praticarem atos de discriminação contra pessoas idosas, de acordo com o artigo 96. A pena pode variar de multa até a suspensão do funcionamento do estabelecimento ou atividade que tenha praticado a discriminação.